13 de fevereiro de 2008

Sunset city: where dreams fade away

Ao sair do serviço hoje a noite, a luminosidade que pintava as árvores do largo dos açorianos era das mais melancólicas. Enquanto meu ônibus não vinha (o maldito C2), crescia em mim o abatimento dos que lutam em vão. As nuvens coloridas no céu, exibindo os tons quentes que o pôr do sol lhes nutria, destoavam do verde abandonado dos gramados do largo. Prédios cinzentos banhados por nesgas de luz amarelada terminavam por compor o fim do dia.

Esse sentimento que despertava tristeza tão grande tinha motivo. Ao lutar para não me atirar na frente de algum ônibus (menos o C2, não daria a ele esse gostinho) tentava entender porque tal ambiente destruía meu ânimo. O dia que se despedia tinha sido bonito: céu nublado em gelo, temperatura agradável e garoa-bônus para me fazer feliz. Irônicamente as poças d'água resultantes do que outrora tinha me massageado a alma, agora reforçavam o quadro desolado ao meu redor.


Matutando na parada, lembrei que aquela luminosidade fraca revivia em mim tardes tediosas passadas na infância. O sentimento melancólico advinha daqueles entardeceres modorrentos, muitos deles dominicais, que anunciavam: "seu dia foi uma b*$+@ moleque! amanhã começa tuuuudo de novo!" Lógico que hoje eu não preciso pensar da mesma forma. Ninguém precisa ficar preso à idosas memórias, e virar as costas para o presente. Entretanto parece que o passado é o maior obstáculo no caminho para a esperança. Juro que me esforcei para enxergar a beleza nas nuvens carmesins, ou mesmo nos contrastes da luz âmbar com os fúnebres cinzas urbanos... mas acho que preciso amadurecer muito para ver essas paisagens sem óculos escuros.

O título do post seria "Luz", mas o Autor pegou embalo nas tendências de usar nomes pomposos em inglês, e resolveu experimentar... Fica a promessa de achar algo engraçado para postar mais tarde e compensar os leitores por esse texto podre e pseudo-triste... :P


5 comentários:

Danielle disse...

Gostei do post, sim, não ficou podre! Gostei da melancólica beleza impressa. Eu adoro a iluminação natural à tardezinha! :D

Constatações:

- Eduardo necessita de uma tabela com os horários de sua condução.

- Não é só o lombinho do Sant'anna que demora. E não é só ele quem "viaja" na espera. :P

- Precisamos valorizar o Produto Nacional! Apesar do glamour da língua inglesa... (a qual eu também me rendo!)

- Eduardo tem tendências suicidas, mas não objetiva ser morto por alguém (a exemplo da sua negação a minha disposição para tal ato, hahaha XD) Ou seja, como diz o canto gaudério, "não podemos nos entregar pros homi!!"

*~*~*

"Porto Alegre me faz/ tão sentimental..."

acabouonescau disse...

Amo dias nublados e cinzas... nao importa a hora... especialmente quando no meio da tarde parece noite... fico inexplicavelmente feliz!!!
E tb lembro da minha infancia... mas nao com melancolica trizteza e sim com melancolica saudade...

Nunca mais te encontrei online... que saco... enfim... atualizei meu blog mas eh um post estilo querido diario (que eu tanto odeio)... mas enfim.. ta la.. um monte de novidades...
Bjooo
(e esse bjo eu daria pessoalmente no autor!!! hehehe)

Anônimo disse...

Te liga com essas tendências ae meu...deixa o onibus num canto e tu no outro....sem encontros..hehehee!
Mas na minha opinião...o anoitecer...ou o crepúsculo...ou luscofúsco...é o melhor momento do dia! me passa uma baita calma (estando eu num parque...não numa parade de busão no final do dia com o trânsito barulhento..isso deprime qquer um!! hehehe)
Abração

Anônimo disse...

Gostei do post, apesar de melancólico. Não gosto de dias nublados e nem de noites, por isso eu adoro horário de verão, quando os dias são mais longos. Mas mudando de saco para mala Eduardo, acho q vale a pena tu parar e analisar de onde vem essa melancolia. Será mesmo só lembranças de infância tediosa? Se isso te consola, não conheço quase ninguém que tenha tido uma infância muito emocionante.
E o que tu quer reclamando, minha vida é um tédio até hj?

Anônimo disse...

Desculpe o erro, era pra ser exclamação e não interrogação no final do comentário.