9 de fevereiro de 2008

A Membrana da Discórdia!

O que me deixa perplexa e raivosa é a posição de muitos rapazotes com cabeça de azeitona (em pleno século XXI!) em relação à virgindade. Certo, é um tema polêmico, tabu, ainda mais pra uma garota abordar. Danem-se as convenções, fiquei por demais irritada. Que seja um desabafo!
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Meu núcleo familiar sempre manteve-se unido e, apesar dos desacordos, somos "ursinhos carinhosos", como brincamos entre nós. Ressalto isso, porque acredito que a família é a principal influência na formação ideológica de uma criança. Duvido que tenha sido exclusivamente por influência familiar, mas tenho uma visão bem liberal quanto à sexualidade. Não me refiro à promiscuidade (vulgarmente, "putaria"), e sim ao sexo como atividade saudável, prazerosa e possibilitadora de maior intimidade, conexão e conhecimento de um casal. Como Lulu Santos em uma música sua afirma, eu considero justa toda a forma de amor; logo, apesar de culturalmente estranhar a homossexualidade, tenho tentado me acostumar à idéia de que isso é normal, de que as pessoas devem ser livres da escravizadora ditadura social, que impõe o que é "normal" e o que não é, marginalizando as minorias e fazendo da maioria seu grande exército de fantoches - fiéis e cegos seguidores.
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Pois bem, tão fiéis! A feliz da Dani travou conversa com um rapaz, de faixa etária da ordem de 20~25 anos, que falava de suas dificuldades amorosas, da sua busca por moças de 15~17 anos - sentiram a sutil intimidação?. Claro que minha intuição feminina precipitada disse "Esse aí quer uma novinha, de fábrica, tá na cara!". Interessada em ajudá-lo, a cutucar a ferida alheia, objetivando sua limpeza e sua cicatrização (e, lá no fundo, comprovar minha tese), indaguei, cavei os sentimentos do jovem. Confesso: de forma incisiva, mas respeitosa - sendo o respeito imprescindível, essencialmente tratando-se de assuntos pessoais dessa espécie.
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Veio a confirmação. O "anônimo cabeça-de-alfinete" relata seu trauma de nunca haver possuído uma "donzela casta e pura", de ter-se "guardado" para uma virgem e inocente moçoila, sendo sua primeira companheira sexual uma amazona libidinosa desbravadora de relvas (Será que era tudo isso mesmo?). Justificava a importância da "posse da pureza alheia" pela HONRA proporcionada. E culpava o ciúme como causador do fim dos seus namoros: o ciúme de sentir-se traído, o ciúme de sentir o odor másculo, que não o seu, exalando da pele da então "amada", a essência que ainda existia, embora a fidelidade e o afeto da parceira. Embora esse perfume viril seja pretérito e enterrado, para o sr. Alfinete, ainda permanecia para assombrá-lo. Para lembrá-lo que a dedicação daquela que estava em seus braços nem sempre foi àqueles braços que então a envolviam. Insuportável. Inquestionavelmente, insuportável sensação!
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Por favor! Donzelas, castas e puras somos todas nós, mocinhas de respeito! (Não vou entrar no campo das "dadinhas", cada uma sabe ou não o que faz com seu corpo.) Independente das aventuras sexuais que desbravamos, temos o mesmo direito que os mancebos! É justo que tenham os homens direito a especializarem-se no assunto, e as mulheres, manterem a "postura alva"?! É justo que elas contenham-se, para não serem caluniadas, enquanto eles, que fazem o mesmo, recebam os louros de "garanhões"?! Honra?! Ora essa! Honra é respeitar o passado do seu companheiro, honra é não ter vergonha de amar quem quer que seja. Honra não é transpassar uma membraninha, honra é plantar no fértil solo do coração da delicada moça o sentimento mais belo, envolto por desvelo e sincera ternura.

Conclusão: esse pensamento antiquado não reconhece a sexualidade feminina como merecedora de prazer; propõe tão somente o prazer masculino como objetivo, a medida que proíbe a mulher de conhecer diferentes formas de toques e carícias. E a culpa não é da membrana, é do mito que a envolve. Logicamente, é burrice pensar em ter para si a mulher pela vida toda, pois ela deixa de explorar as fantasias e gostos masculinos em outros companheiros. Perdendo a mulher a chance de ganhar experiência sexual, o companheiro perde ainda mais prazer: pelo desestímulo e pela conseqüente indiferença dela pelo ato sexual(baseado em relato verídico de uma velha senhora). E afinal de contas, quem é que se "guarda" hoje em dia?! ¬¬

Vontade de jogar um vaso de chumbo na cabeça dessas bestas! Corroborando a máxima do blog, que vaso ruim não quebra, eis que vemos que vai demorar p'ra cabecinha pequena de alguns se libertarem dos grilhões da maldita Ignorância e Crença nos Valores Ultrapassados!

A Autora enfim mostra uma face que muitos desconheciam: a da raiva e da revolta justificada. Ela abomina todos os tipos de preconceitos e opressão às minorias, por mais que - francamente, não sou hipócrita - compactue com algum tipo, através de humor negro, piadas politicamente incorretas, etc. A Autora também deixa claro que é heterossexual àqueles que - preconceituosamente - pensarem que isso é discurso de "lésbica revoltadinha". E, apesar dos pesares, ela também acredita que conhecer pessoas assim ajuda-a na tarefa de desvendar as podridões e preparar sua casca impermeável para encarar o mundo afora.
*O excessivo uso de aspas fez-se necessário devido à atenção que eu queria conceber a expressões de cunho chulo, ou que não concordo, ou normais pensamentos do senso comum, ou que simplesmente queria dar atenção.

3 comentários:

冬天。。。 disse...

Hahaha, gostaria muito de ter visto essa conversa. Ficou esperando toda a historinha e desabafo do "abalado rapaz", só para no final descer o cacete no infeliz! hehehe

Mas se serve de consolo, a próxima geração (filhos das moças de 20-30 de hoje) não enxergará moças resolvidas sexualmente como "libertinas" e sim como pares aos moços que hoje são vistos como "garanhões".

(viu só? tb sei usar aspas!)

冬天。。。 disse...

Ah, embora eu prefira o conteúdo da donzela de lingerie preta, lá na primeira imagem a "anjinha" me ser um "lobo em pele de cordeiro", pois tem uma expressão bem mais "libidinosa".

Anônimo disse...

Fui cantado por uma amiga depravada, após o segundo ncontro, fomas para a cama, me deliciei com tudo que ela fez, me esforcei para retribuir, ela gostou muito, continuo com ela, me satisfaz plenamente, há meses!